É caso para dizer : onde é que eu andava com a cabeça?
Hoje vou dedicar o meu precioso tempo a uma banda que me deu um certo trabalho a… encaixar.
Em tempos passei pelo tema The Promise e deixei a coisa andar. Achei
aquilo um pouco descabido. Uma mulher com vozes guturais ? Não combina. Não fica bem.
Foi preciso uma provocação de um “amigo” do Youtube para me tirar do sério.
Não dei parte de fraco e a minha resposta foi rápida e
certeira : “Maria Brink não passa de uma espécie de fusão algo desajeitada entre Lady Gaga e Marilyn Manson”.
Como podia alguém ter a distinta lata de pôr em causa as geniais
análises deste conceituado crítico
musical ?
Ainda assim, como sou uma jóia de pessoa e num gesto de grande humildade, resolvi ir
atrás do prejuízo em busca de algum pormenor que tivesse escapado ao meu
rigoroso radar artístico.
No final desse processo , cheguei a uma conclusão algo
estrambólica: primeiro foge-se a sete
pés, depois agarra-se com unhas e dentes!
Efetivamente, à primeira vista, tudo parece forjado e sem alma. Tudo parece feito para
provocar e escandalizar de forma a atraír os holofotes. Tal como Lady
Gaga e Marilyn Manson.
Nada disso… Maria
Brink é um ser especial que nasceu para
fazer algo de grandioso e
genuíno… NO MATTER WHAT!
Isto não é marketing, isto é… ACREDITAR!
Aconteceu! O
momento da verdade surgiu em 2005 com a formação dos In This Moment.
Agora, Maria Brink , já podia transportar para as
suas músicas todo aquele turbilhão de
emoções que foi acumulando ao longo do tempo. Agora já
nos podia falar sobre o abandono do seu
pai em Daddy’s Falling ou sobre a morte do seu melhor amigo em, Legacy Of Odio.
Agora, já podia… explodir!!!!
O que os In This Moment fazem é metal puro e
duro. Sobre essa base são
acrescentados samplers electrónicos , criando
uma parafernália de sonoridades que deixa o pessoal meio atordoado. Ou se gosta ou se odeia!
A toada tanto é violenta e imprópria para cardíacos como
de repente vira para tons mais serenos e experimentais. É precisamente aqui que entra a galáctica voz
de Maria Brink as partes guturais e limpas encaixam que nem uma luva nessas
fulminantes alterações rítmicas.
As pinturas, o aparato cénico e a intensa carga erótica
completam este imenso caldeirão fumegante que, afinal, não é mais nem menos que
o reflexo da personalidade irrequieta e exuberante desta “beldade assassina”
que dá pelo nome de Maria Brink.
Quanto ao nosso amigo do Youtube, acabei por sair de fininho
com a envergonhada justificação : “ Pronto… ok… tudo bem… a tipa até é
desenrascada.”