Como já devem ter reparado, eu sou um renomado especialista
e grande estudioso destas matérias da
música e zonas limítrofes.
Infelizmente, em termos práticos,
sou um zero à esquerda. Eu bem tentei aprender a tocar guitarra, mas o meu temperamento algo instável deitou
tudo por terra: à mínima nota em falso,
o instrumento era imediatamente estilhaçado contra a parede.
Em contrapartida,
tenho um bom ouvido. Já sei que o pessoal extra Metal deve estar agarrado à barriga a contorcer-se
com tanta gargalhada. Eu sou forte
e não vou ligar a essas provocações.
Hoje, apetece-me prestar uma pequena homenagem a uma banda que ocupa um lugar de destaque no meu rigoroso baú das preferências musicais.
Os Moonspell sempre me cativaram pela singularidade do seu
estilo e particularidade do seu berço.
Uma banda portuguesa de Black Metal (?) carregada de inteligência, virtuosismo e
competência?
FUCK!!!!
Bom demais para ser verdade.
Acompanho a carreira destes ilustres lusitanos desde que me
apareceu pela frente o estrondoso tema
Nocturna.
Cheguei tarde, mas ainda deu tempo para explorar o passado e
acompanhar o glorioso percurso destes génios do Metal.
A viagem foi alucinante, mas o feitiço acentuou-se com o
aparecimento desta verdadeira obra de arte: EXTINCT!
Não tive a mínima dúvida em colocar este fabuloso álbum no
meu Top 10 dos melhores de 2015.
Tenham a amabilidade de conferir.
Eu já sabia que, lá por fora, esta anunciada extinção iria ser alvo de
grandes aclamações. Só não estava à espera deste, intramuros, acontecimento sobrenatural.
A Sociedade Portuguesa de Autores condecorou Extinct com o prémio de melhor
disco de 2015. Aleluia! Elevemos os braços aos céus e entoemos cânticos de
alegria! Finalmente um aplauso nacional para uma banda genial, cujo único defeito parece estar no rótulo musical, que ainda provoca algum pânico neste pais de
brandos costumes.