S.L. BENFICA: O ÓDIO DE ESTIMAÇÃO DO FUTEBOL PORTUGUÊS!


 Na minha qualidade de benfiquista moderado, tenho de reconhecer que o Glorioso acabou por se tornar no Flamengo de Portugal! Milhões de adeptos, orçamentos gigantescos e, de vez em quando, lá consegue levantar um caneco. Muita parra e pouca uva!

Estava preparado para felicitar os meus amigos sportinguistas pelo bicampeonato e pela dobradinha. No entanto, este terramoto no final da temporada levanta algumas dúvidas sobre esta súbita ascensão leonina. Pensando bem, os erros de arbitragem acontecem e fazem parte do futebol. A verdade é que alguns erros são tão absurdos que deixam algumas dúvidas no ar.

Será que o magistral gestor Dr. Frederico Varandas, afinal, anda a utilizar as mesmas táticas que fizeram maravilhas no antigo reino do Dragão?

Sinceramente, não acredito nestas teorias da conspiração. No entanto, as atitudes de alguns futebolistas leoninos demonstram que, no capítulo do ódio, até conseguem ultrapassar o que se passava com o outro rival.

Agredirem barbaramente um adversário e ainda terem a coragem de se vangloriarem do feito nas redes sociais é demasiado baixo para um clube com a tradição do Sporting.

Só encontro uma explicação para este fenómeno: esse ódio sempre existiu, mas estava encoberto. Só veio à superfície com a euforia destes recentes êxitos. Foi a libertação total de anos e anos de traumas! A verdade é que o Benfica até pode andar meio adormecido, mas continua a ser uma MARCA poderosa, com um grandioso palmarés que o Sporting jamais conseguirá alcançar. Todos sabemos que isso é muito difícil de engolir!

TONY MARTIN – A VOZ QUE SALVOU OS BLACK SABBATH

 

Hoje, Tony Martin celebra 68 anos, e não podia deixar passar esta data sem recordar o seu marcante contributo para a história do heavy metal, especialmente durante a sua passagem pela lendária banda Black Sabbath.

Embora Ozzy Osbourne seja, indiscutivelmente, o rosto fundador da banda e venerado como uma divindade, Tony Martin foi, para mim, o melhor vocalista que alguma vez pisou o palco com os Sabbath.Tudo bem, Ronnie James Dio também fez maravilhas!

Com uma voz poderosa, versátil e carregada de emoção, Tony Martin deu uma nova alma ao som dos Black Sabbath. Álbuns como Headless Cross, Tyr e Cross Purposes são autênticas provas da sua genialidade vocal.

Parabéns, Tony! Apesar de nem sempre teres recebido o merecido reconhecimento, a tua voz ecoará para sempre nas sombras do Heavy Metal!




R.I.P. DAVID LYNCH - MULHOLLAND DRIVE – DUAS FACES DA MESMA LOUCURA! (Publicação de 2013)



David Lynch é um realizador com os pés bem assentes no chão, mas com a cabeça sempre a viajar por galáxias distantes. Não será por acaso que deixa um rasto de destruição sempre que lança cá para fora mais uma das suas grandiosas excentricidades.

Será que o pessoal já se esqueceu da série Twin Peaks, que pôs meio mundo com os neurónios colados ao teto a tentar descobrir o assassino de Laura Palmer? E, se calhar, tudo isso para nada, porque a rapariga ainda deve andar por aí. Tal como o Elvis e o Jim Morrison. Já agora, o Kurt Cobain, o Jimi Hendrix e o Michael Jackson. Andam todos por aí, cantando e rindo às nossas custas. Peço desculpa, mas ainda estou meio influenciado pelo filme que acabei de rever e já nem digo coisa com coisa.

Meus amigos, Mulholland Drive ultrapassou todos os limites. David Lynch é cruel e vai gozando, descaradamente, com a nossa cara. A história é super enigmática e, para quem ainda não teve a coragem de a abordar, deixo aqui um ligeiro cheirinho para aguçar o apetite dos meus camaradas “psico-masoquistas” que, tal como eu, adoram torturar os seus indefesos cérebros.

Tudo começa quando Betty chega a Los Angeles com o sonho de se tornar numa grande atriz e conhece acidentalmente Camilla, que está meia esgazeada devido a um aparatoso acidente numa curva em Mulholland Drive.

Mas assim seria fácil demais. Vou reformular o parágrafo anterior. Aqui vai um flashback:

Tudo começa quando a canadiana Diane chega a Los Angeles com o sonho de se tornar numa atriz famosa e conhece por acaso Rita, que está num estado lastimável após ter sofrido um grave acidente em Mulholland Drive. Afinal, quem é que chega a Los Angeles? Betty ou Diane?

Deu para entender a complexidade da coisa? Mas isto são “peanuts” se compararmos com a imensidão de perplexidades que nos vão surgindo pela frente. O momento zero de todas estas anormalidades surge no fatídico instante em que Diane adormece. Temos de estar emocionalmente bem preparados para não darmos trabalho aos nossos familiares. Acreditem, isto é só um aviso! O ambiente descarrila a sério e torna-se assustadoramente sombrio, culminando numa série de incongruências, delinquências e extravagâncias que nos deixam completamente apáticos e sem a mínima capacidade de reação.

Todos sabemos que a arte e a loucura andam muitas vezes de mãos dadas, mas, quando chegamos ao misterioso Clube Silêncio, ficamos com a estranha sensação de que David Lynch só podia andar a fumar alguma erva rara que o pôs completamente desvairado. O mais grave é ele pensar que a melhor forma de transmitir o seu desnorte é fazer o espetador partilhar as suas alucinações.

Rebekah Del Rio, com aquela sobrenatural interpretação do tema Crying, de Roy Orbison, deixa qualquer um em estado de choque. Betty e Rita não resistiram e foram-se abaixo de forma arrepiante. Verdade seja dita, nem a Ágata, nos seus melhores dias, conseguiria uma performance tão poderosa.


Enfim, talvez seja melhor ficar por aqui. Quem pensa que pode acabar de ver o filme e sair tranquilamente para tomar um cafezinho pode tirar o cavalinho da chuva. Mulholland Drive é uma assombração que vos irá perseguir durante uns tempos. O universo “Lynchiano” está infestado de perigosas armadilhas e não pode ser enfrentado de peito aberto. Eu armei-me em esperto e acabei por pagar bem caro a ousadia.

Andei uma temporada a viver numa espécie de campo metafísico, situado algures entre a realidade e o sonho. O medo tomou conta de mim. O simples gesto de ligar a televisão era suficiente para apanhar cada cagaço que nem é bom pensar. No início, aparecia-me a Teresa Guilherme aos berros e, outras vezes, a Júlia Pinheiro a relinchar. Depois era aquela aberração chamada Manuel Luís Goucha com umas vestimentas super reluzentes e a sua amiga a guinchar. Um verdadeiro pesadelo.



   
<