Por vezes, antes de vir aqui, gosto de publicar nas redes sociais, só para
sentir o pulso da população. Como o tema é pertinente, estava à espera de
milhares de “gostos”. Foda-se… não consegui. Fiz questão de felicitar
pessoalmente as magníficas seis pessoas que colocaram o tão desejado “like”.
Lógico: se houvesse fotos do cão de estimação, convívios gastronómicos,
ginásios, frases filosóficas de motivação e amores fracassados… seria a loucura
total!
Mas aqui estou à vontade. Este é outro campeonato. Vocês aguentam um texto com mais de duas frases.
E pronto… aí vai ele, o tema!
Vivemos na era da Inteligência Artificial. Ela ajuda a prever doenças,
explorar o espaço, elevar o nível das publicações nas redes sociais e escrever
em blogues como este. Atenção: mal ou bem, eu já escrevo neste blogue desde o
século XVI… a IA ainda estava no cu da galinha e o Camões ainda andava de fraldas.
Agora a sério, isto da IA é muito bonito, mas há sempre o lado sombrio. Os abutres estão
sempre à espreita para tirar proveito das falhas do sistema. Tudo bem, até me
podem burlar nas compras online ou roubar os dados bancários, mas, por favor…
deixem a música em paz!
Falando a sério, Brian May já alertou para esta fraude artística e ética.
Nick Cave afirmou que a música vem da experiência humana e não pode ser substituída
pela IA. Hoje em dia, qualquer pacóvio que nunca pegou numa guitarra, ou que
desafina até a cantar os parabéns, consegue "compor" uma música com
meia dúzia de cliques.
Estes “génios da batota” já lançaram músicas como se fossem os Metallica,
Nirvana e por aí fora. Todos os estilos musicais estão contaminados pelos algoritmos.
É um insulto aos verdadeiros músicos, aos criadores que passam noites em
claro a escrever letras, a experimentar acordes, a falhar e a voltar a tentar
para nos darem verdadeiras obras de arte. O talento não é copiável e a
criatividade não se automatiza. Não pode valer tudo!!!
As músicas destes vigaristas digitais nunca entrarão nas minhas playlists.
Vou sempre querer saber quem é o guitarrista que fez aquele solo memorável e o
vocalista com aquela voz que me arrepia. Quero sentir que, do outro lado,
existe alguém de carne e osso, com emoções, com imperfeições e, acima de tudo,
com alma. A Inteligência Artificial deve ser utilizada para salvar vidas, e não
para falsificar arte.
TEMA INÉDITO DOS METALLICA FEITO POR UM CHICO-ESPERTO