TOP 10 -DREAM THEATER – METROPOLIS PT2 : SCENES FROM A MEMORY



DREAM THEATER – METROPOLIS PT2 : SCENES FROM A MEMORY
Bem sei que a ideia seria apresentar o top 10 por ordem cronológica, mas como este blogue já perdeu completamente o rumo e porque no dia 22 de Outubro, o Porto vai receber esta visita de peso, vou avançar desde já para o maior feito dos mestres do ProgMetal , Dream Theater : “ Metropolis, PT.2:Scenes From A Memory “.
Os álbuns anteriores já me tinham alertado para o facto de estarmos perante uma banda diferente, inovadora e que muito provavelmente deixaria uma marca profunda no mundo do Metal. No entanto, devo confessar que, na altura, não obstante as qualidades técnicas muito acima da média, considerava esta rapaziada oriunda dos States um pouco virada para o exibicionismo . Aqueles intermináveis temas em que, a partir de certa altura, cada um para o seu lado tentava demonstrar todos os seus recursos instrumentais, acabavam sempre por me provocar um longo bocejo. Pensava eu cá para os meus botões : pronto, okay, já sabemos que sois bons, escusam é de estragar as músicas, tornando-as monótonas e repetitivas só para nos mostrarem as vossas imensas habilidades técnicas. Basta um pouco de contenção e objectividade para atingirem a perfeição.
Parece bruxedo ! Não é que os gajos me ouviram ? Em “ Metropolis, Pt.2:Scenes From A Memory “ não existem tiradas supérfluas, tudo é feito com peso, conta e medida .
Trata-se de um álbum conceptual, arquitectado pelo baterista Mike Portnoy e que nos conta a história do jovem Nicholas que vive atormentado pelos fantasmas de uma vida passada, decidindo fazer uma série de regressões através da hipnose , para encontrar as respostas para os sonhos, visões e vozes que se vão apoderando da sua mente.
Nestas viagens ao passado, Nicholas descobre ter vivido uma vida anterior que acabou de forma trágica . Assustado com esta revelação, parte em busca de todos os vestígios e sinais que o possam levar até Victoria Page, figura central de um drama amoroso que culmina com o seu brutal assassinato no longínquo ano de 1928.
Como é óbvio, não vou relatar todos os pormenores da história, até porque isso tiraria todo o interesse para quem ainda não teve o prazer de assistir a este fantástico “filme “ !
Em “ Scenes From A Memory “ tudo foi pensado ao pormenor : os diálogos, os efeitos especiais, a genialidade dos virtuosos, Portnoy ( bateria ), Petrucci ( guitarras ), Myung ( baixo ), Rudess ( teclas ) e a carismática voz de James LaBrie transportam-nos para um ambiente de tal forma envolvente que, sem darmos por isso, somos arrastados para para o interior deste drama e quase podemos sentir o tormento e a angústia de Nicholas na sua desesperada luta pela verdade.
Não existem pontos fracos nesta obra-prima, de qualquer forma atrever-me-ia só a destacar os 2 temas que, no meu entender, nos dão uma panorâmica geral da magnificência desta obra.
“ Through Her Eyes “ : Nicholas sente que precisa de visitar o túmulo de Victoria, para enfrentar os seus pesadelos e , basicamente, encarar de frente a sua própria morte . A música é lindíssima e vale mesmo a pena assistir ao tema gravado ao vivo em Nova Iorque que aparece algures neste desorganizado blogue e no qual podemos assistir a um duelo memorável entre a guitarra de John Petrucci e a voz da convidada especial Theresa.
“ The Spirit Carries On” : agora tudo faz sentido ; depois de compreender e aceitar os factos que estiveram na origem de todo o seu sofrimento, Nicholas liberta-se e altera por completo toda a sua visão e perspectiva sobre a vida e a morte. Fazendo lembrar os Pink Floyd , esta é uma daquelas músicas que , depois de a ouvirmos, nunca mais a esqueceremos !
Não me vou alongar muito mais porque tenho ainda um longo caminho à minha frente para apresentar os 8 trabalhos que faltam para completar o meu já famoso, Top 10 ! Deixo apenas uma conselho de amigo aos mais cépticos : não posso garantir nada, mas penso que ninguém precisará de consultar um hipnoterapeuta se der uma espreitadela a este magnífico : “ Metropolis, Pt.2 : Scenes From A Memory “ !

JOE PESTILENCE