DESILUSÃO – PROGRESSIVE NATION 2009 – PAVILHÃO ROSA MOTA





Não há muito a dizer sobre a passagem dos Dream Theater pelo pavilhão Rosa Mota no passado dia 22 de Outubro. Para começar, devo dizer que estou mergulhado na mais completa depressão porque não podia ter escolhido pior noite para fazer o “Baptismo Metálico “ a 3 dos meus amigos dos “Salteadores do Lauto Repasto”. Penso até que fomos salvos de uma tragédia ainda maior, imagine-se …. por uma francesinha ! Nem mais ! A excelente francesinha que comemos no “ Mon Ami “ em Gaia atrasou um pouco os nossos planos porque , se tivéssemos chegado a tempo de ouvir Opeth , os meus amigos apanhariam semelhante cagaço que, talvez só daqui a um bom par de anos é que lhes conseguiria pôr novamente a vista em cima. Para os estômagos menos habituados a estes ambientes metálicos , ouvir Opeth depois de uma francesinha, até pode dar congestão ! Era só o que me havia de faltar : ter uma ambulância do INEM à porta do pavilhão pr’a carregar os meus companheiros. Deus é grande ! Ainda bem que chegamos atrasados senão teria sido uma verdadeira catástrofe !
Não sei como fui cometer um erro tão básico ! Encontro apenas uma pequena atenuante para este meu passo em falso. Em Portugal, exceptuando a euforia desmedida do Verão, onde em qualquer esquina temos um festival, os espectáculos não abundam e a maioria das grandes bandas chegam a Espanha e voltam para trás. Neste abandonado rectângulo, além dos bolsos andarem vazios a reduzida dimensão do país faz com que não haja público para atraír um conjunto mais diversificado de bandas. Nesta medida, como o leque de escolha é bastante reduzido, os Dream Theater até que podiam ter sido uma boa opção se a set list apresentada tivesse como base os temas mais famosos e, acima de tudo…. menos cansativos . Mas eu devia estar avisado porque, como já referi na apresentação do álbum “ Metropolis, Pt2-Scenes From A Memory “ os Dream Theater pecam pela excessiva e enjoativa demonstração das suas imensas capacidades técnicas. Foi precisamente isso que aconteceu na noite de 22 de Outubro no ambiente morno e sem chama do pavilhão Rosa Mota . De facto, não se respirou naquela noite a atmosfera de excitação e loucura que caracterizam os concertos de Heavy Metal. Portanto, como diria o outro, é só fazer as contas : se o próprio público não estava muito animado, aqueles fastidiosos temas de 15 minutos, os intermináveis solos da dupla Rudess / Petrucci e a falta de cerveja acabaram com o resto. Custa a acreditar mas é verdade ! No mínimo eram precisos 30 minutos para se conseguir atingir o balcão do único bar disponível ! Vejamos a coisa pelo lado positivo e, mais uma vez, é só fazer as contas : se uma pessoa fosse uma vez ao bar …. só perdia duas músicas dos Dream Theater !
Mas, como os “Salteadores do Lauto Repasto “ nunca viram a cara à luta e jamais esmorecem perante as adversidades, a vingança foi implacável e o pós-concerto foi de tal forma animado que , como é lógico, deixou algumas marcas para o dia seguinte.

JOE PESTILENCE